Um dia a voz da morte sussurrou, baixinho dentro da mente, de um lobo solitário, acalmando o seu ouvido.
Morte - Porque me temeis? Se apenas sou o teu último pai, o dono do teu fim, o guiador da tua última porta, na última estrada, fria e escura, ao contrário destas horrendas palavras em vida, são palavras de paz, após ao meu naufrágio. Não temais o último suspiro, não sejas o juiz da tua última hora, antes de poder ser o teu último pai já sou o teu juiz desde que começas te a ter vida.
Não poderia ficar indiferente, nem ignorar que vinha de dentro, sozinho mas nunca só que lhe falou.
Lobo - Aceito que vós sois meu pai, e tudo aquilo que seja realidade, como o sol que aquece o meu medo deste dia à dia, ou o vento que sopra por baixo de mim, equilibrando nesta fragata de vida. Aquele que disse te que o temia, será uma reverência da mentira, e na revolução de uma verdade minha, desejo dar te a mão e sair desta bolha, antes de rasgar a minha folha.
Hugo Dias 'Marduk'