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Meu Oásis

 
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Meu Oásis

Não sejas areia que me fustiga,
cega e enlouquece neste deserto
da vida gasta em muitos nadas,
ou vãs glórias de um momento
Não sejas esse imenso deserto
de silêncio eterno que me destrói,
me sufoca de dor e me inebria
de raiva incontida contra nós.
Não me abandones à rapinagem
dos pesadelos que me acometem
de terrores nocturnos nascidos
de ódios e guerras donde emergi.

Sê o meu oásis frondoso, sombra
que me protege e me oferta, doce,
o néctar de teu corpo desejado,
na volúpia do amor em dualidade.
Sê, nesse oásis, a fonte de água
refrescante onde a minha febre
louca e destruidora seja vencida
e a vontade de viver rejuvenesça.

Sê, com tua voz melodiosa, serena,
o canto que extasia, eternamente,
a minha alma perdida do paraíso,
em poemas do amor verdadeiro.
Sê a presença das cores naturais,
dos astros do céu em harmonia,
para que meu olhar jamais ouse,
do teu, penetrante, se evadir.

Sê vulcão de todos os desejos puros,
expelindo dardos ardentes de paixão!
Sê mar… imenso, onde eu navegue
sem temor, para te cortejar e amar.
Mas jamais sejas o silêncio feroz
que me fere os sentidos, me amordaça
a boca seca e me entorpece as mãos
negando-lhes clamar meu amor por ti.


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 17/07/2015.
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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