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Novas do Vento

 
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Novas do Vento

Que novas carregas vento
dessas terras mais ao sul?
Que tristeza e lamentos
vão cobrir o céu azul?

Que sementes de tragédia
porás no meu coração?
Quais enredos de comédia
E gargalhadas soltarão?

Rodopias, vento, em redor,
como ufano arauto,
a descrente do amor
como apregoas incauto.

Traz-me, sim, vento, as novas
das terras de verde-mel,
não essas paixões de alcovas
com sabor final acre a fel.

Diz-me, vento, como são belos
os rios e as serras,
essas flores de estação
e odores que em ti encerras...

Traz-me, vento, as sementes
impregnadas dessa vida,
de cor e de cheiro ardentes,
à fome da alma perdida.

Vai, vento! Vai! Vai em brisa!
não desalinhes meu porte.
Espero, só, quem desliza
subtil e se nomeia Morte!


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 16/07/2015.
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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