Sou o nostálgico errante, perdido em emoções delirantes, que me castram desejos e sentidos. Minha musa, minha amante, quebrou todas as paixões, ao gerar ódios que me sufocam e só a dor tem seus gemidos.
Recordo as madrugadas, ternas de beijos e carícias, unindo corpos em chama, esvaindo-se em fluidos. Recordo noites quebradas, entre sonos e malícias, em terras secas e lama, vencendo medos e ruídos.
Mas meus braços vacilaram, deslizaste em perigos, que nos cercavam infames, indefesa e temerosa. Teus passos se quedaram em mim, procurando abrigo, tão frágil pelos ditames da má sorte invejosa.
Resta-me a recordação de teu odor de jasmim, desse teu suave olhar, da boca mel-carmesim... Meu querido coração! Que fado nosso, que fim, me condenou enlutar...? Poeta eu, sem ti no vazio de mim?