Acertei no alvo do dia
cumprindo promessas
assumidas e inculpes
abrigatórias como manda a lei
eu sei
repletas de memórias intemporais
acidentes laboratoriais
refugiando-me célere
nas tuas contracurvas
pontificadas de rectas indeléveis
transgredindo qualquer rota
por onde se dirigem teus
sentidos únicos,insolentes
em cálculos perdidos
na simetria do tempo que nos
envolve sucessivamente
– Hoje ou amanhã
revelaremos nossos relevos jurisdicionais
com muitos abraços em sonolência
esquecidos na fronteira
das palavras escritas
desgovernadas, isométricas
sem escalas nem promessas
em que te desenho, natural
exacta, no exercício pleno
desta poesia onde transito
tanto mais quanto te necessito
quanto muito por fim
milimetricamente te desvendas
e eu,
porque quero
meteóricamente me aventuro
eufórico
perdido nesta conivência
que o tempo gasto em tom retórico
nos incita em tons de cumplicidade
– Suscita-me imediatamente
num beijo alegórico
uma lembrança diluída
nesta concertação amorosa
onde deixamos impressos
fragmentos compatíveis
de dois seres confortados
provavelmente consensuais
existencialmente convivendo
imparciais
rumo ao trajecto de vida onde
nos encurralamos sem mais atalhos
ou referendos
nesta prisão onde partilhamos
esta pirotecnia explosiva dos amores
que em nós se ergue
num cântico legítimo de fé
quase prioritária
tão feliz , instantânea, necessária
– Deixa somente conciliar-te
num tempo fragilizado pelas saudades
carregadas de longanimidade
Deixa que eu reprograme todos
os ventos de serenidade
Tome posse de tua cumplicidade embebida
nesta imaginação fiel quando te sinto
saciada de integridade
apaixonado-me pela feroz espontaneidade
que em ti perscruto e jamais me restrinjo
porque crio,
elaboro
imagino
fantasio e
debruçado às margens da noite
te espio… e nunca dissimulo
quero-te e jamais finjo
FC