Prosas Poéticas : 

Cafeína da nadrugada

 
 
Sossegadamente encosto-me

nas tuas gentis persianas

por onde respiro ténues perfumes

suavizados nos ventos surgidos além

repletos

com ganas de ti

possuindo-nos levemente tropicais

outras vezes

indubitavelmente espirituais


– Quero hoje

todo o silêncio só pra mim

recolhendo-me após o café da manhã

suspendendo os dias que partem

nefastos

repletos de cafeína

estimulando-nos os pesadelos

passados

reencontrando-nos neste presente

povoado de abraços penetrantes

convivências cuidadas em cada

beijo que te arremesso tão flagrante


– É mais ausente agora

cada prece

que se eleva na ordenha

perfumada que cultivo em fidelidade

É impune cada palavra

que se revela itinerante

e se desfaz na poeira do tempo

alimentando-nos quase delirantes

pelo verbo meticuloso e exaltado

que corteja minha poesia intrusa

quando não te escusas

e quase me devoras estonteante

infatigável em mim reclusa


– Enfeitei a noite

depois de partirmos

pelas horas mortas do sono

perseguindo nossos vultos ofegantes

no momento que pára

ou em qualquer segundo que exala

feliz

à nossa mercê

assim quase de rompante

qual comunhão de vida

imersa,excitante em cada sabor

envenenado nesta esperança vigente,frenética

em nós semeada…apaixonante

FC

 
Autor
Frederico
 
Texto
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