Sem cheiro sem suavidade
a rosa de lata... Empaca
e em sua cor opaca não emplaca...
Uma placa com sentimento
um nascimento mecânico
rosa triste sem planto
farfalhar de guizos
e agregação de desencanto.
A menina segue com seus olhos
ao mesmo tempo em que...
Desaba no chão frio o seu terror
e suas pétalas ao chilrear
farfalham mecanicamente seu tilintar.
Rosa de lata, oh rosa de lata!
Visualizam-te com desdém
a sua tímida rigidez
pétalas organizadamente contadas...
Uma, duas, três, e outra vez
todas moldadas a pancadas.
Muitos olhos olham e não vê nada
rosa de lata sem polens
sem fruto sem fada.
Seus orvalhos, sãos óleos
nem vida contem!
Desprovida de alegria...
Não tem ventos, nem partida
nem saudade na despedida.
Antonio Montes