Poemas : 

Agora as crinas bordadas a flores

 






Agora as crinas bordadas a flores
suplicam mãos de chispa
para encontrar a noite.

Correm para os rodapés da tua boca
para o impudor do crepúsculo.

A galope para o baile dos corpos
para o lacre da pele cor de vinho
silêncios húmidos unem-se em frémito
em beijos rasgados na carne
e em carícias nas asas dos dedos
que incendeiam a voz.

De olhos fechados amam-se rostos
fitantes no vai-e-vém,
na arte escravizante do íntimo
rompem-se frestas dementes
nos corpos iluminados por água fogo.

Imperadores do desejo beijo a beijo
apeiam-se das crinas floridas
e tombam em abraços de mãos
em laços de fímbria rosa.

Sem galope no linho farto
a morte do espasmo
ressuscita na sedução.













Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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