Agora as crinas bordadas a flores
suplicam mãos de chispa
para encontrar a noite.
Correm para os rodapés da tua boca
para o impudor do crepúsculo.
A galope para o baile dos corpos
para o lacre da pele cor de vinho
silêncios húmidos unem-se em frémito
em beijos rasgados na carne
e em carícias nas asas dos dedos
que incendeiam a voz.
De olhos fechados amam-se rostos
fitantes no vai-e-vém,
na arte escravizante do íntimo
rompem-se frestas dementes
nos corpos iluminados por água fogo.
Imperadores do desejo beijo a beijo
apeiam-se das crinas floridas
e tombam em abraços de mãos
em laços de fímbria rosa.
Sem galope no linho farto
a morte do espasmo
ressuscita na sedução.
Zita Viegas