Por ti sou um eterno viajante
Entre sonhos cobertos com véu!
Corre o pensamento tão constante
Como nuvens que se vêem no céu.
Barco de papel por entre brumas,
Percorro alado teu corpo de mulher
A desejar teus anseios enquanto rumas
À deriva nos embalos que o destino quiser.
Será assim até ao fim dos tempos,
Vivemos unidos em nossas nostalgias,
Somos a voz de todos os lamentos.
Tento num último suspiro encontrar
Em ti algum porto assente na calmaria,
Mas náufrago na dor ancorada por te amar!
Paulo Alves