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FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO (II)

 
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Filosofia, antes de tudo, é conhecimento.
Não é crítica pura... não é ideologia... não é a pregação unilateral de ideias: é o conjunto das ideias humanas partilhadas de forma indagadora, para serem aprimoradas e vividas pelos Homens de todas as épocas.
Quando inseriram, novamente, a Filosofia nos currículos escolares, uma luz acendeu-se nas mentes e nos corações de todos aqueles que amam o conhecimento.
Esperava-se uma Filosofia universal, onde ideias fossem discutidas, onde a admiração pelo saber dos antigos fosse despertar nas crianças e nos jovens, a plenitude do Pensamento, que leva a todos os lugares possíveis, menos ao caminho da ideologia e da violência através das ideias.
Na História Humana, existiram filósofos que se importaram com o tempo (o tempo do relógio, real, e o tempo do abstrato, virtual), que dissertaram sobre os prazeres dos amores e das alegrias do espírito e da inteligência, e outros, ainda, que levaram multidões a seguir ideologias carregadas de ódio, que não podem ser chamadas exatamente de "filosofia", mas de doutrinação política.
Nos livros e nos discursos escolares, desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, até a Universidade, adotou-se como "filosofia" o pensamento de Karl Marx. Sempre pensei que Karl Marx deveria ser um escritor lido com curiosidade e com admiração, mas jamais pensei que, novamente, ele voltaria aos bancos escolares para orientar o pensamento filosófico numa crítica pura a um tipo de sistema político, econômico e religioso.
Desta maneira, a palavra filosofia perde inteiramente o seu sentido de despertar o Conhecimento pelo Conhecimento, e a razão pela razão. Transforma-se, isto sim, numa visão unilateral das ideias políticas, dizendo, sutilmente às crianças e aos jovens o que eles devem odiar e o que podem amar.
A filosofia deveria transcender as ideologias, para que os filósofos pudessem ser amados e compreendidos como queriam, isto é, como geradores universais de questionamentos, não no sentido de mudar o mundo e as pessoas, mas no sentido de transformar a alma e a vida de quem usa a filosofia como Porta para a Confraternização dos povos e das ideias, sem lesioná-las, sem pervertê-las.
Karl Marx deixou um compêndio de ideias políticas, jamais uma filosofia pura e simples. Há que se aplaudir o seu pensamento que vale para todas as épocas, mas ele está sendo usado para doutrinar contra e a favor... isto não é trabalho da FILOSOFIA.
Por interesses de grupos, Marx é um ícone que move multidões, não para somar, mas também para dominar.
Existe alguma diferença entre tais grupos de interesses que pretendem chegar lá, e aqueles que estão lá?

Saleti Hartmann
Professora e Poetisa
Cândido Godói-RS

 
Autor
SALETI HARTMANN
 
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