I
O gigantismo do universo pulsa
forte nos corações esplendidos,
enternecidos, chorosos, vividos.
A admiração pelo colosso causa
arrepios, calafrios, vida; expulsa
todo sentimento vil, vícios meus,
negativos, transformados, apogeus
de assombros, de êxtase, de desejo.
Na simplicidade das coisas vejo
o esplendor da vida, enxergo Deus.
II
O ser humano, míope, se reclusa
no casulo da arrogância, ungido
no óleo da cegueira, vive perdido,
digladiado dentro da grande eclusa.
Ingrato na essência, rude, recusa
o reconhecimento, elege seus
egos, seus entendimentos ateus
como marca, como luta, pelejo.
Na simplicidade das coisas vejo
o esplendor da vida, enxergo Deus.
III
O sono inocente, o belo da musa,
o murmúrio do córrego rápido
na direção do infinito, comprido
e astuto, a sofreguidão confusa
da psique, a hediondez da medusa,
o antigo galante dos europeus,
a harmonia dos malabares, Pigmeus
Gigantes, a leveza do velejo.
Na simplicidade das coisas vejo
o esplendor da vida, enxergo Deus.
O poema na realidade trata-se de um Martelo Agalopado.