Tu e eu, somos mil facetas de um amor nobre e eterno, paraíso renascido do nada, o reescrever das paixões em gotículas de sangue sobre perfumado pergaminho.
És a bela Rosina e eu Lindoro enlaçados no olhar da ternura, És a menina travessa à janela, eu o enfeitiçado de tua beleza escondido na sombra, cantando... Ah, Rosina, este meu amor atroz!
Poderás ser a divina Cristina, eu Erick, fantasma assustador, que povoo teus sonhos de medos. Mas apenas a tua voz singela soa minha alma se contradiz inquieta. Ah, Cristina, sou teu anjo-guia!
Isolda serás, sem poções mágicas, de meu ser a sedutora fidedigna dos meus sonhos a guardiã leal, E, eu, Tristão de nascença cruel, sorrirei liberto de maldições. Ah, Isolda, meu amor é tua magia!
Bela Colombina, ornada de arlequim, me seduzes em teu olhar cândido, na dança infernal de bobos e anões, E eu, Pierrot sem graça, te resgato num beijo eivado de ternura sem fim. Ah, Colombina, amo-te, bela donzela!
Violeta, ornada de véus de cortesã, senhora das mil e uma noites fatais, no teu rosto me revejo teu amante. Sou Alfredo, um solitário enamorado em desespero de teus favores fatais. Ah, Violeta, não morras, vive por mim!
São as mil facetas de meu amor por ti, São as mil facetas de me enamorar de ti! Mas prefiro-te silvestre flor, um Lírio. E eu, apenas um triste poeta, sem arte, sem oiro, sem valor, senão este amor por ti, flor que não colhi, mas me foi doada.