Madrugada, quase três, e ela ali, sem sono, sem destino a ir e vir pela casa, tranquila na sua habitual intranquilidade.
Um barulho no portão: – É o vento.
“Que vento, que nada, nem brisa soprava...”
O carro na garagem, espera aí, o farol piscando, havia alguém na garagem: – Quem está aí?
Passos próximos à porta, pesados, porém menos do que os de Maria indo em direção ao quarto.
O filho roncava e ela achou melhor resolver a situação sozinha, engrossou a voz: – Vou chamar a polícia!
– Oh de casa... - disse o “bandido”.
Maria não se conformava com o atrevimento e na sua imaginação já começou a confabular: “Ele acha que eu sou boba, se fazendo de conhecido, mas vai que eu abro a porta, vai esperando...”
Engrossou a voz novamente:– Acorda Luiz, pega a arma, tem gente lá fora.
Não tinha arma, nenhum Luiz e muito menos coragem por ali...
“Onde eu estava...” Tremia, o coração a saltar pela boca: “Ah, lembrei”: – Vou chamar a polícia, já estou chamando 1...9...0.
– Eu sou a polícia!- e o bandido parecia rir dela.
O menino ameaçou levantar:
– Não vai lá fora de jeito nenhum, tem alguém tentando roubar o carro.
Nem deu ouvido, abriu a portinhola da porta da sala com cuidado e tcham... as luzes de alerta piscando frente ao portão, de fato...era a polícia.
– Desculpe, o portão da garagem estava aberto e eu resolvi alertar, pode ser perigoso.
Ria policial, ria filho, ria a irmã que acabara de chegar, menos Maria que até o nascer do sol murmurava: – Não tenho medo de bandido não, se eu soubesse que era a policia, aí sim, teria entrado em pânico, com sua irmã fora de casa... Imagina!
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