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Ponte do Padre, "Popov Most"

 
Popov Most
"Insh Allah"

Popov Most (Ponte do Padre), visto do alto por quem ousa aventurar-se nos caminhos pastoris e serpenteantes das depressões de terreno, é um lugarejo pedregoso, escarpado, florestado em tons escuros de verde e castanho, de estações agrestes, cravado nas montanhas fronteiriças ao Montenegro.
Não tendo lugar algum em qualquer mapa, não fosse o seu passado histórico da II Guerra Mundial – “três centenas de soldados montenegrinos foram chacinados numa violenta batalha, e após uma heróica resistência às tropas hitlerianas invasoras”, como recita o monumento de pedra escurecida pelo tempo e de letras meio apagadas, erigido no meio do nada – este lugarejo, a que podemos denominar por simpatia “aldeia”, é disperso de casas rurais, toscas, assimétricas, meia destruídas pelos recentes e ferozes genocídios, e palheiros semeados aqui e além, marcando posição entre muros sinuosos de pedra escura, assinalando propriedades.
É um lugar inóspito e rude como as suas gentes, que mal se vêem e não se olham entre si de bons modos e muito menos os visitantes inesperados. Horrores se digladiaram de novo nesta recente guerra fratricida.
Os poucos que restam ali são escorraçados de outros lugares e que ninguém quer aceitar. São refugiados no seu próprio país, idosos desconfiados e calejados pela sobrevivência.
E até o sábio sol, conhecedor das desavenças, apenas oferta a sua sombra...
Naquele dia matinal, era Inverno; um gélido manto de muitas tempestades impiedosas de neve amalgamada em camadas, cobria pardacenta, confundindo-se com o horizonte cinzento sombrio do céu, o solo, os pardieiros e muros, os caminhos, profundamente submersos, e até os altos pinheiros só exibiam salpicos verdes escuros na paisagem desoladora.
Das chaminés arruinadas, um fumo negro e húmido negava-se a esvoaçar no alto, pairando sobre as casas, asfixiando-as.
Patrulhava eu a área estipulada, “montado” num alvo todo-o-terreno, que, pomposamente, apelidava de “garrano branco” (delirava decerto com feitos históricos), ornado por uma flâmula de cor azul-bebé e letras inicias negras nos flancos.
Ora ronronante na derrapante descida, ora troante na íngreme escalada, cavalgava o meu garrano num imaginário caminho só sentido pelo tacto da tracção pneumática, rasgando de sulcos o manto gélido, numa tentativa bem esforçada de me separar das ravinas que se aproximavam ameaçadoras e dos sopés traiçoeiros que teimavam em me abalroar.
As faldas estavam pontilhadas de prazenteiras e minúsculas placas de madeira pintadas de vermelho vivo e desenhadas toscamente com o símbolo dos corsários - a caveira - e as palavras “mina” em inglês e na língua local. num zigue-zague desesperante.
Não fossem as "más-línguas" que afirmarem que eram piratas escondidas no solo e tinham o péssimo hábito de descalçarem os incautos, pés incluídos, ou saquearem as pernas, ou empinarem as montadas, quais “Pegasus”, passariam decerto por folclore local.
Rangendo os dentes, não de frio, rechaçado pelo aquecimento da viatura, mas do esforço violento de uma condução, que mesmo cuidada, era cheia de imprevistos (que audaz eu! – pensava eu. Que louco? – diriam outros mais avisados), consegui catapultar-me em solavancos até ao centro da “aldeia”, onde estanquei gerando um sobressaltado acordar de meu companheiro de lides e amigo Zacharia que, placidamente e com uma confiança inexcedível em Allah e alguma complacência na perícia deste “Seu servo, mesmo cristão”, dormitava embalado (era um hábito consagrado), que me valeu um rabugento “insh allah”.
Zacharia era, ao tempo, um coronel da Polícia Egípcia, a quem eu, prazenteiro, lhe atribuí o cognome de “The Pharaoh, Himself”, de estatura mediana, forte, rosto redondo e quase cinquentão, para quem uma mulher ocidental e os costumes eram um luxo para a visão e um pecado para a alma. Em matéria policial possuía a experiência de ensinar na Academia de Polícia de Luxor, sua cidade natal, mas não era muito dotado na experiência do dia-a-dia.
Crédulo nos homens e crente fervoroso em Alá, praticante acérrimo das cinco orações diárias, fossem quais fossem o local e as horas, era um excelente teórico, mas não lhe pedissem meças práticas.
Da sua boca brotavam constantemente as palavras “Allah Akbar! (Deus é Grande!” e “Insh Allah! (por vontade de Deus!)”.
Num arremesso do destino e de missão, ali estávamos os dois, oficiais de polícia, integrados numa força de paz das Nações Unidas, juntos, de culturas e religiões diferentes, em aventuras quotidianas zelando pela paz, quais paladinos, e consolidando uma amizade a princípio necessária e depois aceite entre ambos.
Enquanto o pensamento vagueia, esi-nos desaguados naquela “aldeia”. Não se vislumbrava vivalma.
A temperatura rondava os quinze graus negativos célsios e, para Zacharia, mesmo um “insh allah” naquelas condições era um castigo supremo ter de sair da viatura e / ou deste ou outro ambiente acolhedor...
E nesse centro da aldeola, lá estava um edifício de paredes arruinadas, outrora caiadas, cujas portas e janelas pendiam de gonzos quebrados num equilíbrio precário. A chaminé rasgada não emanava nenhum aroma típico de madeira a queimar. O que fora de antanho um solar parecia agora um qualquer prédio devoluto para demolição. As telhas, de barro escurecido pelo clima e fungos, rompiam da massa de gelo, que as sobrecarregavam, aglomerando-se, partidas, num telhado ondulado prestes a derrocar-se. Parecia um edifício consumido e derrotado pela força dos elementos naturais, pela incúria e vítima da fúria bélica dos homens. Ostentava ainda letras sumidas de azul o nome de “Popov Most Škola” e um desenho de um revolucionário qualquer, para mim desconhecido, remanescente da história do país.
- Pena que não o seja já (escola)– pensei – mais ruínas... Malditas guerras!
E para “esticar as pernas” pus-me a rondar a fantasmagórica casa, num passo solitário, lento, volteando a cabeça de vez em quando para estudar as minhas próprias pegadas marcadas na neve.
Parei, puxando do cachimbo e da bolsa de tabaco, carreguei-o, qual trabuco, e acendi-o contra o vento com o meu “Zippo”.

Deleitei-me com a primeira baforada agridoce, e retomei o passo rastejante (depois de umas quantas quedas aparatosas, aprende-se a não se levantar muito os pés quando se caminha sobre superfícies geladas).
Ia dar a segunda baforada, ao passar uma esquina, quando de súbito me soa uma conhecida cantilena escolar... Imaginação minha, só poderia ser. Estaquei e afinei o ouvido...
A toada rítmica repetia-se: “dva puta jedan dva, dva puta dva cetri; etc...”. Um sorriso aflorou-me nos lábios e congratulei-me por ter rudimentarmente aprendido a língua local, senão iria pensar que alguém apodava alguém da minha família.
Armadilhas linguísticas…
E a toada continuava, pausada e desafinada...
- Crianças! Eram crianças! Ali?
Decidi averiguar. Obedecendo ao bom senso e às normas, regressei apressadamente no mesmo rasto para junto da viatura, gritando e esbracejando:
- “Pharaoh! Temos crianças aqui! “Pharaoooooh!” – e os montes faziam duplicar a minha voz em ecos retumbantes – “Pharaoooooh!”. “Criançaaaaaas!”.
E o receoso Zacharia, “The Pharaoh, Himself”, atordoado, lá saiu da sua quente sonolência a custo, pensando que eu ou tinha visto bicho ou tinha endoidecido de vez.
Mais inclinado decerto para a loucura, espreguiçou-se e entreabriu, lentamente, muito lentamente, o vidro.
A sua face rechonchuda mostrava a incredibilidade, não da notícia que lhe trazia, pois ainda não a tinha digerido, mas pela minha impertinente e incómoda agressão à sua “paz espiritual”.
De olhar inquisidor, elevou as mãos ao céu, pronunciou um “molto pianíssimo insh allah” habitual e aguardou o fim da minha corrida frenética que terminou quando lhe abri a porta, sem vénias e sem compaixão. Ofegava, expelindo bafejos de vapor e de fumo tabágico misturados. Apontando a casa, apressei, sem cerimónia, Zacharia com um “vamos” ululante.
E Zacharia, receoso da minha sanidade mental, seguiu-me num passo contrariado, curioso e irritantemente lento.
Galguei os degraus de pedra esventrados e irrompi num corredor escuro e bafiento em T invertido com portadas que davam acesso a outras divisões. Parei, acendi a lanterna e escutei...
A cantilena cessara.
Uma porta irritada chiou, podre, abriu-se lentamente e dela assomaram uns óculos garrafais suportados por uma face perplexa, seguidos de uma boca aberta num sorriso franco, de um corpo magro revestido de uma bata coçada em azul e de uma mão em atitude de saudação:
- Dobro došli! (bem-vindo) – e eu, lá forcei a minha mão a levantar-se, os meus lábios a desanuviarem-se num sorriso e a minha garganta a emitir um lacónico “hvala (obrigado)” (valeu-me a curiosidade em conhecer esta língua)
– “entre, por favor”.
Entrei numa sala escura, gélida, cujas paredes, em tons diversos e esventrados, há muito não se revestiam de cor. Na parede fronteira à porta dois mapas arcaicos da Bósnia e da Europa e, noutra parede lateral, um “Mapa-múndi” desfiado e um quadro de lousa partido. Noutra parede lateral, a derrocada janela coberta de tapume esburacado por balas.
No centro... bem, quase ao centro da sala algumas mesas e cadeiras em fórmica (pasmei) novas ocupadas por cinco crianças.
Atrás de mim, entrou o atónito Zacharia, balbuciando decerto as devidas jaculatórias habituais, na hesitação de entrar e ficar ou de sair disparado. Os seus olhos quedaram-se fixos no tecto (por força de expressão pois não passava de uma precária cobertura de madeira em derrocada eminente e a romper dos cantos suportada não se sabe bem como), e nem uma simpática saudação do professor de mão estendida, agora secundado por cinco vozes juvenis de três rapazes e duas raparigas, o tirou dessa abstracção e da impossibilidade de crer na realidade ali presente, como que “plantado”.
As jaculatórias sucederam-se... enquanto ele cumprimentava alheado o docente.
Infelizmente, os meus conhecimentos desta língua eslava não eram tão excepcionais que me permitissem um diálogo maior que as saudações inicias e uma ou outra expressão, que produziram alguns esgares infantis, que me indicaram com toda a prontidão que seria melhor calar-me.
Zacharia, para além dum perfeito inglês e da sua língua nativa, muito menos se sentia poliglota; o professor não falava inglês (fora sempre um professor de aldeia como mais tarde vim a saber) e a comunicação manteve-se por monossílabos e gestos.
- Volto já! – disse, e arrastei meu amigo, ainda abismado, para a viatura. Abalei, num retorno lento à sede policial em busca de um intérprete local que teria de desinquietar no conforto do seu gabinete ou de sua casa.
- C’ os diabos – pensei - serviço é serviço e o conforto destes felizardos poliglotas ficaria para mais tarde; e se bem o pensei, melhor o fiz; desinquietei o mais próximo que, naquele gelo e em velocidade reduzida, distava duas horas da aldeia.
Azar dele!
Solavanco após solavanco, ravina após ravina, resvalando aqui e ali, cheguei, mudo, contrariando a actual eloquência de meu companheiro, à reconfortante casa do intérprete; um nababo que usufruía, para além de protecção administrativa de funcionário das Nações Unidas, de um bom ordenado e outras “regalias” retiradas do “esforço da paz”, legal ou ilegalmente, líder do mercado negro na zona.
“Ah, a vingança serve-se doce”.
Adorei, ir tirá-lo da sua “abençoada comodidade”.
Retomei o caminho doloroso da aldeia.
E o meu mutismo continuou egoísta, por mais de uma hora, até, cansado de tanto melodrama e lágrimas secas ensaiados e ameaças veladas, ter vociferado um “shut up” que calou o ambiente. Para grande espanto de Zacharia!
Nunca me tinha visto falar acima do tom de voz necessário para ser audível mesmo em caso de crise eminente.
Agastado, calou-se também.
Uma desculpa silenciosa cruzou veloz o meu cérebro – “Alá está ocupado demais para mandar calar estes sacanas mafiosos. Alguém tem de O ajudar, não é?”.
Nesse dia, com o apoio de um sorriso sarcástico do intérprete, soube que as crianças eram órfãos sobreviventes por acaso e que as suas famílias tinham desaparecido na voragem da crueldade dos homens.
Que nada ou quase nada tinham para comer no quotidiano; o pouco que comiam era semeado por eles e pelo parco ordenado o professor auferia do estado (45 euros mensais).
Não tinham nem livros nem outro material escolar.
Roupa? Somente a que a caridade envergonhada de alguns habitantes poderiam dispensar.
Madeira para alimentar o aquecedor velho e dilatado pelo uso só a cortada ou apanhada na floresta por eles.
Totalmente carentes…
Despedimo-nos. Prometemos voltar em breve.
Sorrateiramente meti alguns marcos alemães no bolso esfarrapado da bata do docente.
A revolta tomou conta de mim; só os solavancos da viatura que atormentavam o maldito intérprete me deram sabor a vingança ao ensombraram, aquele sorriso desprezível da sua face.
Vingado, mas não satisfeito.

O Natal chegou e com ele regressei a casa para o celebrar em família. Regressei no penúltimo dia antecedente ao Ano Novo.
Cansado das seis horas de abanões ruidosos do C130 militar e de mais duas extenuantes horas de viagem por estradas de gelo (limpa-neves eram um luxo só guardados para a capital), já noite cerrada, derrubei-me na cadeira frente à secretária do gabinete de comando das academias pejada de papéis a despachar.
- Meu Deus! – pensei – despacho isto amanhã...
Eis, senão, que deparo com uma queixa assinalada a vermelho de urgente – estranho, a única cor permitida na ONU é o azul – que folheei, ao princípio enfastiado, mas algo cravou a atenção de meu olhar e me fez saltar da cadeira; citava “o coronel Zacharia era acusado de apropriação ilícita de bens de um cidadão”.
Caramba!
E o meu espantado gargalhar elevou-se naquele, ao tempo, desértico gabinete.
Irrompi veloz para o frio intenso do exterior e, em passada larga e decidida, rumei pelo gelo em direcção à casa onde Zacharia se aboletava.
Hesitei antes de bater à porta pelo adiantado da hora, mas, mal levantei a mão, esta abriu-se e na moldura recortou-se um pálido semblante de quem não descansa há muito, barba por desfazer, um longo olhar longínquo e combativo, qual berbere, por felicidade, sem cimitarra então, que me convidou, por mímica, a entrar.
Entrei no ambiente frio da sala de estar.
A fornalha estava recheada de lenha que não ardia. Para lá me dirigi, juntei acendalhas e deitei-lhe o fogo. Pouco a pouco o crepitar lenhoso intensificou-se e aqueceu o ambiente.
Como frequentador assíduo da casa, dirigi-me à cozinha; enchi a chaleira de água e pu-la ao lume do fogão a gás. Esperei que assobiasse enquanto dispunha as colheres, o pacote de chá e o mel sobre a toalha ainda posta. Do meu bolso retirei o frasco de metal com “rákia (aguardente)” que sempre me acompanhava no clima agreste e depu-la sobre a mesa.
Não sou um bebedor, mas aquela bebida aquecia até a alma.
Zacharia estacou imóvel à entrada da cozinha e observava todo aquele ritual de preparação e louvor ao conforto perdido.
Sabia de antemão que aos muçulmanos está interdito o álcool com a excepção de fins medicinais. Que Alá desculpasse, desculpou decerto, mas era um caso extremo.
E enquanto a chaleira se negava a apitar, sentámo-nos, olhando para nenhum lugar em particular.
- Desculpa! – interrompeu Zacharia o silêncio pesado.
Nada disse, não era necessário, as nossas culpas nunca iam tão longe que necessitassem de penitência.
O apito da chaleira acordou-nos da monotonia...
Enchi as chávenas de água a ferver, mergulhei os saquinhos que a coloriram de um verde pálido ao princípio, revertendo-se num tom de verde-escuro e o aroma desafiou-nos o olfacto.
Deitei copiosas porções de “rákia” nas chávenas e adicionei mel. Hum! Iria saber bem e o calor invadir-nos-ia de imediato.
Beberricando o chá retemperador, desfilou-me o conteúdo da participação: “... Zacharia tinha-se apropriado de um saco com prendas de Natal, (o Natal ortodoxo celebra-se a 7 de Janeiro) na sua maioria livros e brinquedos, da
propriedade do senhor Maliċ;, intérprete, deixado na viatura policial, e os tinha ofertado às crianças órfãs da escola de Popov Most (...)
Que no caminho, devido à sua fraca habilitação de conduzir em clima de Inverno, tinha danificado a viatura...”
Um gargalhar brusco brotou de meus lábios bem insuflados pelo gozo vingativo que sobressaltou o pobre Zacharia das suas meditações de culpa. E ri entusiasmado. Se ri...
- Eu perguntei para quem era o saco e ele disse-me que eram para as crianças (referindo-se às suas)… – ousou Zacharia interromper o meu riso sarcástico.
Um “está bem! (ok)” meu pôs fim a qualquer outro queixume e perdemo-nos os dois numa alegre cavaqueira e em especial a minha viagem e celebração da Festa de Natal em Portugal.
E a noite prolongou-se risonha e embriagada.
E embriagada, a imagem de Zacharia vestido de Pai Natal feriu ferozmente a minha mente e provocou-me um riso violento, mais violento cada vez que olhava Zacharia, “Faraó, Pai Natal”.
Nesse dia, de manhã, ressacado, chamei à minha presença o “infeliz queixoso” e preguei-lhe um omnipotente sermão em que, por dificuldade de comunicação entre línguas e culturas, se devia expressar cuidadosamente a fim de evitar confusões daquela natureza; seria ressarcido dos possíveis prejuízos desde que apresentasse a factura.
A sua cara de incredibilidade provocou-me a dor da ressaca porque uma risada sacana me sacudiu intensamente o ser.
“Doce vingança” - sabia eu, e os demais, que não haviam facturas no mercado negro.
E lá se desfez o homenzinho em desculpas, que era também sua intenção contribuir na colecta que os polícias estavam a fazer em prol dessas crianças, um blá-blá enfandonho mesmo para um indivíduo mais paciente que eu e menos ressacado.
Terminei aquela lamúria pretensamente caridosa com um “get lost (desaparece)” e o rasgar decidido da participação nas “fuças” do tipo. Ponto final e dispensei-o.
A Zacharia, o “Faraó, Pai Natal”, castiguei-o verbalmente proibindo-o de conduzir as renas, desculpem os leitores, de conduzir qualquer outro tipo de veículo durante o Inverno.
E fiquei feliz que castigo deste cariz tenha retirado um peso nos ombros de meu amigo.
Não fora talhado para conduzir na transição do deserto, com seus camelos, para o ártico, com as suas renas. Não, não fora talhado para tal feito.
E um envelope foi-me entregue da parte de todos os outros membros policiais, oriundos de quarenta e dois países, ali em serviço, numa miscelânea de fardamentos cujo factor comum era a boina azul celeste. Continha a colecta para saldar o débito da reparação do veículo…
Reabri o envelope, coloquei a minha parte, fechei-o e dirigi-o aos serviços de contabilidade.
Insh Allah!


Chefe João Loureiro
CI / PSP
Ex-IPTF / UNMIBH
International Police Task Force - Bósnia e Herzegovina


Triste Poet@
(João Loureiro)

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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/07/2015 15:42  Atualizado: 01/07/2015 15:42
 Re: A Ponte do Padre "Popov Most"
Ola poeta!

Muito bonito este conto!

Adorei a leitura!

Um abraco,

Anggela


Enviado por Tópico
MarySSantos
Publicado: 01/07/2015 17:56  Atualizado: 01/07/2015 18:47
Usuário desde: 06/06/2012
Localidade: Macapá/Amapá - Brasil
Mensagens: 5848
 Re: Ponte do Padre, "Popov Most"
Uma leitura prazerosa, poeta. gostei!