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Manhã Agreste

 
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Manhã Agreste

Esta manhã, que treme de frio,
Abraça-me sem sol que me aqueça,
Forçando um vagaroso passo.
Sobre folhas mortas por tapete,
No jardim, nu de flores, que o rio
Afaga em preguiça confessa,
Numa terra e água em enleio,
De quem tudo dá, tudo promete...

Que fria manhã esta minha amada,
Húmida de desejo de Inverno,
Que me beija tão possessiva
E me nega pensamentos perdidos!
Meu corpo estremece da geada,
Sentado e passivo num eterno
Abandono à manhã altiva
De emoções e desejos cedidos.

Manhã agreste, deusa e amante,
Do meu ser desvalido de amores
Carnais, incapaz, seu semelhante,
De sentir paixões, sorrisos e dores.
Manhã duma alvura revestida,
Noiva de mim, poeta caído,
Doce amada, minha querida,
Dou-te por beijo este gemido.


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 30/06/2015
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 01/07/2015 21:49  Atualizado: 01/07/2015 21:49
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: Manhã Agreste
Um poema que me vem manso, sem gosto de pressa. Vem cálido, brisa da manhã. Um poema apaixonado. Gostei, poeta!!

Beijinhos !!


Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 01/07/2015 23:25  Atualizado: 01/07/2015 23:26
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: Manhã AgresteP/Keithrichards
Tem graça que nessa manhã eu encontrei o poeta
a passear, estava gelado mas aqueceu com a paixão e o beijo da poesia...sentados num banco de jardim apanhando os raios de Sol, foi bonito, eu gostei. Abraço amigo Vólena