O tempo e o tempo
Porque tão cruel tempo
Que por vezes é só um momento
que se passa como o vento
Deixando só uma brisa daquele momento tão egoísta ao seu tempo
Que não respeita o desejo
Que destoa lampejos
Dos momentos mais amenos
Que cruel tempo
Que não sucumbe ao desespero
e sorrateiramente se apressa a algozes de meus medos
Vilão e ladrão
Presença tão implacável e sem coração
Espectador da criação e da destruição
Que me prende aos anseios
E me leva a perdição
Porém sábio como tempo só tempo é
Pois ao seu próprio tempo, o tempo espera
Não acelera nem espera
Não para nem repara
Não volta ou se revolta
Não se curva ou se cura
Como um senhor que anda em seu próprio ritmo
O tempo traça o destino
Pois apenas em seu tempo o tempo é o tempo