NA TARDE, VOCÊ!
Lendo a poesia com o título acima, alguém, talvez iniciante ou mesmo uma velha rabugenta
de 82 anos, sob a proteção do anonimato, fez crítica à poesia de uma grande escritora da
que não vou citar o nome pois não estou autorizado a defendê-la{ e mesmo porque ela não
necessita disso)mas acrescento que ela é uma das melhores do Brasil. Em suas críticas a
anônima, teceu comentário quanto a rima e afirmando que a rima certa seria abab, abba,
aabccb, daí a minha percepção de que seja iniciante, pois esse comentário figura em todas
gramáticas modernas, destinadas à vestibulares. E a referência a 82 anos, é porque uma
crítica de um trabalho “Na tarde,você!” só pode pertencer a era do quinhentismo ou
Classicismo.
Mário Quintana, dizia: “Quando alguém pergunta a um autor o que este quer
dizer, é porque um dos dois é burro”
Não me lembro se é do mesmo ator: “ Estou farto do lirismo comedido/ Do lirismo funcionário público/
Com livro de ponto expediente/protocolo e manifestações de
Apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
Cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas!
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Quero antes o lirismo dos loucos/ O lirismo dos bêbedos/
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos/ O lirismo dos clowns
De Shakespeare. / Não quero mais saber do lirismo que não
É libertação!
Não sigo leis do passado. Ora, o soneto, composição poética de 14 versos (GERALMENTE) divididos
Em dois quartetos e dois tercetos, com rima e metro variáveis, tem sua lei estabelecida no século XIII,
Por GUIDO D`ARREZZO. No início do séc.XX, a poesia passou por mudanças formais. Cansados
Da filiação a escolas e ideologias, os poetas resolveram criar os seus próprios recursos e técnicas,
E lançaram o verso branco, sem rima ou metro rigoroso. MALLARMÉ fora um dos primeiros a
Abolir a rima, a métrica e até mesmo a sintaxe convencional do verso; em seu poema “Jogo dados”
Exibe os novos recursos. MARINETTI foi vaiado no Brasil no começo do século XX por alguns,
E aplaudido por outros, entre ao quais figurava GRAÇAS ARANHA. Não mais podemos receber
Crítica de leigos, estamos no século XXI, Era Nacional( Realismo/Naturalismo) (Simbolismo/Pré
Modernismo( MODERNISMO)
Tenho uma facilidade de lembrar-me de poesias, embora parcialmente, mas esquecer o autor, por
Exemplo, dois últimos quartetos:
Quando risonho despontava o dia,/ Já desse drama nada havia , então,/ Mais que um tumba funeral vazia/
Quebrada a lousa por ignota mão.
Porém mais tarde, quando foi revolvido/Da sepultura o gelado pó,/ Dois esqueletos, um ao outro unido,/
Foram achados num sepulcro só.
Embora o poema esteja reduzido à metade, nele figura o envolvimento de várias tendências
Poéticas, Veja o quanto é difícil a crítica séria e construtiva.
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