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Folha de Papel

 
Tags:  surrealismo  
 
Folha de Papel

Sou folha de papel
Virgem, imaculada,
toda de branco, nua,
Que tu poeta, cruel,
Me lanças, violada,
No lixo de uma rua.

Rasgas e garatujas,
Letras sem dó, feridas,
De dor, desilusão,
Sem cores de paixão,
Furiosas, tremidas,
Pelas tuas mãos sujas.

Amarfanhas no medo,
Em mim, mais impura…
Hoje que me amordaças,
No silêncio d’ enredo,
Que tua alma tortura,
Em sonhos e negaças.

Sou a folha, chutada,
Perdida, só, no ocaso,
Das cinzas da tua mente.
Ai! E eu, enlevada,
Desejava ser o vaso,
concha da tua semente.


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 23/06/2015
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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