Caem, esmorecidas, folhas de Outono sobre ti deitada no prado fluvial. São folhas tardias lançadas ao vento na saudade do adeus em fronteira fechada.
Folhas ensanguentadas sem lágrimas de seiva amortalhadas na dor ousam beijar-te os pés. São lábios ressequidos, Meus, flutuando inertes sobre teu ventre prenho de esperanças primaveris.
Eis que meu Inverno arriba no uivar do vento inquieto que te desgrenha os cabelos negros em face dócil e alva. Morro de lamentos emudecidos sem cruas lágrimas insensatas, negadas de tristeza sem fim da separação eminente de nós.
Caem folhas amarelecidas ali no teu leito de maternidade, mas minha mortalha eterna cravada no chão espezinhado. Porém, fica a certeza crua que risos infantis estivais ecoarão na floresta efusiva clamando por ti: "Mamã!"