Os Marialvas
Ai, este meu vício de tomar partido, ainda me vai deitar a perder!...Então, não seria mais agradável e socialmente correcto, embalar pelo sim com as pessoas que dizem sim e anuir pelo não aos que dizem não? Fazer um ar cândido e, parafraseando Diana Correia, «pintar-me de branco e fingir que acredito» para que cada qual pensasse que eu estaria afinado pelo seu diapasão? passaria a ser para uns e outros um menino fixe, mas não, tomo partido, que chatice!... Aconteceu-me aquando da polémica das praxes académicas.
É deveras confrangedor, para dizer o mínimo, escutar argumento de quem fala bonito e faz o inverso: Ritual perverso, cheio de maldades, com que manipulam as mentalidades:
Uma caloira de penico enfiado na cabeça (espero que o adereço, ainda não tivesse cumprido a sua função) e acometida de orgulho bobo, respondia a uma prof. que, apreensiva, a interpelava: -- «Quero ser praxada para poder envergar a indumentária académica e poder praxar os caloiros vindouros» -- Uao! que fixe!.Linnnnda! Assim é que é falar! assim é que é pensar! assim é que é saber estar na vida!... É desta argamassa que se fazem os Duxs e as "Duxas" da U do Campo Grande!... A prof. deve ter saído dali a pensar parafrasear e deturpar Fernando Pessoa: -- Aqui «tudo vale a pena, porque a estupidez não é pequena»:
--Estrondoso este paradigma de filantropia: «AS PRAXES SÃO UM ELEMENTO DE INTEGRAÇÃO DOS CALOIROS NA VIDA ACADÉMICA» Dizem os doutores, os duxs e até alguns reitores e outros administradores!...
o achincalho ignóbil, é a maneira mais simpática que esta gente inventou para integrar... Já vi essa película projectada noutras telas e noutras calendas: Fui militar numa altura em que ser rambo, era cair nas boas graças do poder estabelecido; e li essa maldade nos olhos dos rambos instrutores. No quartel, quanto mais elite, mais imbecil; Na U, quanto mais doutor e mais dux, mais burro; sem desprimor pró bicho.
Apraz-me constatar que determinadas pessoas a quem é notada certa abrangência, estão declaradamente afrontando os defensores desses rituais aviltantes; só não gostei de ver o «FALSA MOEDA» usurpador de tachos políticos, tomando a dianteira (quiçá tendo em mente a Presidência da República) para dizer não às praxes.. Ele, imaginem!... que já foi uma espécie de “Dux” por alguns meses... há muito enquadrado no rol dos ordinários com propensão para achincalhar... Caindo amiúde no ridículo, quando em bicos de pés ostenta, dissimuladamente, o seu pendor marialva, com um sorriso trocista que o caracteriza, de quem se esforça para insinuar esperteza demais.
Agora, se até o seu padrinho de crisma se guindou à Presidência, ele e um qualquer Joaquim das Horas , de Angra do Heroísmo, Têm toda a legitimidade, pois então!...
«viva a República»