Os olhos olhando-te
repousam serenos
na consolada alma que
me tinge os poros de coloridos
cantos perfumados com tua graça
esbelta,desafogada
em que revivo cada instante perene
que corre em tua peugada
– O mar esmaga-me nas ondas
continuas que flamejam de emoção
A vida em fuga
tornou-se um tédio
em silêncios subjugados
O sonho
a concepção eterna, genuína
que germina,puríssima
almejando toda aquela
alegria que viceja impassível
às portas desta Via-Láctea
formosa e tão empolgada
pela luz suave
que nos alberga a vida
a cada polegada de tempo
que fecundamos palpitantes
procurando perspícuos
esta quimeoterapia onde convalescemos
depois tão estonteantes
– As saudades, essas
vão morrendo assim
cada uma a seu tempo
esboroando nos ventos o mesmo
frescor de vida deliberada
entre nossos céus barricados
na esperança que morre lenta
inesperadamente assim sugada
– Irei depois retratar-te
alagada em lágrimas
que me ofertas-te
num cálice dissimulado de ternura
até romper nossa aurora
levedando feliz
e com estas palavras de amor
que se perfilam no leito desta poesia
onde nada mais sobeja
que não o tédio neste silêncio
habilmente escondido, sossegado
num punhado de ecos consumindo-nos
heróicos,
latindo, carentes, inexistentes
num tempo que foge pasmo
enfermo e sem qualquer prognóstico
FC