Aposento noturno fragmentado
Por mais que eu espere no tempo,
jamais terei este amor.
Ele se foi, partiu, levando
conosco os fragmentos que vivemos.
Adorava repousar no teu colo carinhoso.
O vento tocava tuas mãos por entre as minhas.
Hoje parti nos caminhos vazios
como um menino frágil e medroso.
Onde vais agora com tua canoa
descoberta?
Era eu quem lhe cobria com apreço.
Vou agora apreciar a solidão.
A tua falta talha meu semblante, celebrando a noite,
incapaz de adentrar aos meus aposentos noturnos.
Poetisa Luciana Bianchini