Madrugada, noite escura, a chuva vergastando o telhado, num ritmo furioso de tédio. Fechando os olhos lacrimosos, Sem sono, mais um sonho, A dor lhe rasga o coração, Pungente, intensa, extrema. O eco da voz de quem ama, O cheiro que a impregna,
A imagem que acaricia a mente, A impedem de se esquecer. Passam um dia, um mês, um ano, A dor a atormenta eterna, E o lamento chora a ausência, De uma carícia, sorriso, algo...
E a dor sufocante a escraviza, Sabendo-o além, além sem fim, Sem paz, sem o seu amor, Devotado, submisso, afluente De si, rio corrente de vida, Ébrio , profundo, excitante.
Escrava da dor, agoniza, Sob o chicote da separação, Infligida, marcada, cruel, Do tempo que se esvai, Sem o beijo amante Do amor do seu senhor. Escrava de si mesma, Acorrentada na dor, Por elos, frios, forjados, A cada batida do coração.
"Escrava da dor, agoniza, Sob o chicote da separação, Infligida, marcada, cruel, Do tempo que se esvai, Sem o beijo amante Do amor do seu senhor. Escrava de si mesma, Acorrentada na dor, Por elos, frios, forjados, A cada batida do coração."