Atlanta
Nunca foi tão solitária.
As ruas
Nunca foram tão vazias
De noite.
A fumaça de meu cigarro
Nunca adentrou tão amargamente
Em minha garganta.
Trago
Em minhas costas
O meu contrabaixo – minha alma -,
Na minha mão esquerda
Um arcaico amplificador – meu corpo -.
E
Em meus pés
A morte
De minha amada – meu trágico fardo -.
Eu a vi
Tirar a sua própria e rancorosa
Vida – tão jovem e tu já partiras-.
E desde então...
As ruas de Atlanta
Expressam o meu sofrimento.
Perco-me nas noites,
Ludibriando-me
Com os prazeres carnais
De meras prostitutas
Dos bares de blues
Da decadente Atlanta.
(Niaxe Augusto)