EU, POETA
Ser poeta, é amar sem ser amado.
É ser pedinte de amor a toda a hora.
É ter sempre o coração angustiado
É sentir saudade e dor enquanto chora.
É nas mãos dela sentir-se amarrotado
Constantemente como folha de papel.
É por ela ser pisado, estropiado e morto
Pelos cascos de cavalos em tropel.
É sentir que jamais estive na lembrança
Na tarde em que trocamos longos beijos
Em que fizemos amor e lhe dei carinho
Nesse momento sepultamos toda a esperança.
Fomos uns pagãos, matamos os desejos
E brindamos a Cupido com o nosso vinho