Poemas : 

dançarina

 



Da cava desprende-se a junta da volúpia
encimada pelo encastre da framboesa do rosto.
Desfrute talhado em emergente porcelana.
Donzela alva.
Soltas da voz de vidro tisanas de rosas
enquanto te meneias em equilíbrio de libelinha.
Dançarina ousada.
Rodas ao vento os granitos pungentes
com o ventre em barca. Em corpo plácido.
Danças.
Ajeitas o afoite dos braços que ora dançam,
ora me abraçam.
Acolhem-me no recato do tule fiado a afagos
de onde brotam frutos da árvore de voláteis clausuras.
Mansa, avanças até ao cume da minha ânsia de enlevo.
Até às escarpas escarlate.
Danças nos sulcos.
Soltando os quadirs de donzela montesa.
De dançarina em disfarce.






Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/06/2015 13:40  Atualizado: 14/06/2015 13:40
 Re: dançarina
realmente, a maneira como descreves é cativante! um luxo para o olhar. parabéns muitos


Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 14/06/2015 15:28  Atualizado: 14/06/2015 15:28
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Localidade: Brasil
Mensagens: 16148
 Re: dançarina
Mas é muito gostoso se perder e se encontrar nas tuas tão saborosas linhas. Invejável e impecável. Abraços continentais!


Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 14/06/2015 17:54  Atualizado: 14/06/2015 17:54
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: dançarina
Poeta
Muito bom!
Beijos!
Janna

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/06/2015 11:18  Atualizado: 15/06/2015 11:18
 Re: dançarina
Um lindo poema onde as palavras se transforma em lida melodia.

belooooo

Enviado por Tópico
atizviegas68
Publicado: 17/02/2018 11:57  Atualizado: 17/02/2018 11:57
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Localidade: Açores
Mensagens: 1538
 Re: dançarina...«O baile»
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Paula Rego (1935), «The Dance» [«O baile»]; 1988; Acrílico sobre papel, colado em tela; 212,6 × 274 cm; London [Londres], Tate Modern