No silêncio da montanha, copada de verde estival, grito aos vales o desespero cravado na minha alma penitente.
E a quietude da montanha, suavemente adormecida pelo vento, é quebrada por mil ecos ribombantes.
Mas a montanha não me devolve lenitivo capaz de serenar o frémito da minha mente.
Se a alma sofre, o pensamento deturpa a realidade nua. E, demente, berro a revolta, as angústias, o penar, dum solitário.
Mas a montanha queda-se calada, ofendida pelo esvoaçar das aves, e nada me diz e, tão calma, retoma a paz perturbada.
O vento nega-se à louca aliança, entre nós, e pára o lento soprar. A montanha dorme. Silêncio... Silêncio na montanha...
Calo o lamento - o olhar vagueia, perdido, malfadado, nos verdes lenhosos que recortam os celeste azulados banhados de oiro do sol martirizador - Os silêncios são somente ecos de mim.