Enlouquecemos nossos seres
intimidando até
mil devastadas sombras
tremendo escorregadias
lúdicas
repercutindo todas as
sinfonias peregrinas
onde perplexos consumamos
a vida prenhe
saborosamente sublimada
– Fugimos atados ao tempo
cruel
saturado de promessas
ausentes
revisando no vento
outras visões estreitadas
pela cegueira danada
ferida
velada no breu da noite
que acontece sedando
de insónias o esplendor da vida
que se esvai
metade em mim
exacta matriz unindo duas
almas em nós
conciliadoramente esfaimadas
– Perdi-me em mais um dia
triste
a milhas daquela aura
onde cuidámos serenos
da luz pintada em raros versos
de amor
talhados em rubras melancolias
de beleza incalculável
– Saboreei teu tempo ameno
enraizando pedacinhos da noite
que flui álacre
exalando sem malícias
a cura de amor
que revive cismado
por tuas travessuras inconfundíveis
num eclipse entre luares
e sois perdidamente
apaixonados
– Vou raptar esta paisagem
onde inconformados cavalgamos
tantas ondas possíveis
temperando com carícias desalmadas
este poema em peregrinação
desatando de vez
as marras de uma alvorada
que se apressa no dia
iluminando de enxurrada
até a vida inanimada
– Percorri o tempo incessante
suavizando o fino horizonte
onde plantámos olhares de afecto
emocionado
cânticos desaguando revigorados
na praia que se despe em ondas
de amor ousando até demasiado
pacientemente sonhando-nos
lentamente pulsando
infatigavelmente o amor alucinando
FC