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VEREDAS DO ÉDEN!

 
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Nas resultantes ao esmereilamento dos Dons e Saberes morais, pela qual, passa a humanidade que, a cada dia, dá mais valor e crédito aos Bens monetários em detrimento da Moral e da distribuição de seus Dons pelo exemplo, virtude e compensações gratuitas, desde que não haja ao seu redor, ouvidos moucos e desinteressados, ficando, assim, o restolho fragmentário a esvoaçar pelas Veredas, por lhe ter sido vedada a aceitação nas Avenidas e Alamedas de tráfego, tão somente, a favor do gáudio de quem tem muito para si sem distribuir a sobra para ninguém!
Nas Veredas da vida, o Desnutrido da divisão lhe negada, fica esmaecendo todo o seu pensamento, numa euforia do seu futuro, numa ânsia sem âncora. Segue reto pelos contornos, dá voltas desengonçado pelas retas e, para perplexo, nos cruzamentos lhes impostos pela ganância de outros passantes.
O seu verão é em águas estagnadas, em um páramo com estiagem reprimindo o florescer do vergel da sua nostalgia, segue em vacilantes e embrigadas passadas, tal e qual, a dos ébrios tresloucados à procura da periferia dos prêmios e vantagens, sempre, lhe negados!
É, apenas, um número como o do seu CPF ou identidade, sem nenhum valor para a equiparação de média com os demais e, sem receber a doação de Bens que sobram aos outros caminhantes, no entanto, Ele e os companheiros de desdita são sempre dilapidados até o cerne, ficando zanzando sem rumo e escorraçados sem receberem ajuda alguma.
Quando conseguem chegar às Avenidas e Alamedas da vida, não tem o itinerário definido nem o rumo facilitado, passando a ser um passante sozinho e ignorado, com o agravante de levar uma Cruz, invisível para os outros, e lhe arcar os ombros, tropeçando a todo o momento e, levantando-se estafado, pede ajuda aos abastados, recebendo a negativa com desdém.
Todavia, a mesma Cruz que trás consigo, lhe dá o amparo resignatório pra seguir o seu sofrer na esperança de, ao final dos seus dias, chegar ao Édem por seu Deus lhe oferecido.
O Pai de Todos! Inclusive, dos deserdados e infelizes, escolhe, primeiro, os que percorrem pelas Veredas e, até as prostitutas arrependidas, deixando as beatas, sem solidariedade com os irmãos, pelas Avenidas e Alamedas, pois, para Ele, o que tem mais valor é o Espírito benfazejo e, nunca! A projeção do luxo e da falta de beneficência dos corpos subalternos a Ele.

A seguir, um Resumo do acima referenciado, em forma de poesia, de minha autoria inédita:

Volatilizo todo o meu tino
Na euforia do destino
Em ânsia descontrolada,
Sigo reto em curvilíneas,
Volteio nas longarinas...
Estanco na encruzilhada!

Veraneio em águas turvas
Num deserto sem chuvas
Em um vergel de nostalgia.
Sigo passos embriagados
De ébrios já deslocados
A caminho da periferia!

Sou número na sociedade
Sem média pra eqüidade
Nas doações dos valores,
Mas... Retiram-me o sumo!
Fico vagueando sem rumo
Desnivelado dos favores.

Perambulo pelas avenidas
Sem ter metas definidas
Nem destino predominante.
Sou um viandante solitário
Levo minha cruz ao calvário
Tropeçando a todo instante!

Em cada levantar arfante
Peço arrimo ao passante...
Recebo escarro no rosto!
Só da cruz recebo o amparo
Pra seguir o meu rosário
Ao Éden por Deus proposto.

Oh! Deus meu das infelizes
Que escolhe... Meretrizes!
Deixando beatas no inferno.
Pra Ele só vale o espírito
E, nunca, o valor do grito
Do pobre corpo subalterno!

Sebastião Antônio BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br

 
Autor
S.A.Baracho
 
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Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 13/02/2008 17:15  Atualizado: 13/02/2008 17:15
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 Re: VEREDAS DO ÉDEN!
Aplausos para o poema, a qualidade literária num todo, parabéns, adorei a leitura!