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TROMBA D’ÁGUA

 
Tags:  SONETOS 2014  
 
TROMBA D’ÁGUA

Anoitecia. Vento de escarcéu,
Chuva tamborilando no zinco...
Escurecera ainda antes das cinco
Com bigornas altíssimas no céu.

Saraivada em granizo qual tropel
Cujo afã bate o vidro, força o trinco:
À janela apresenta todo o afinco
Com que a Natura assombra o poviléu.

De facto, eram estrondos de dar medo,
Que reverberam ecos tão grotescos
Quanto os urros de seres gigantescos.

E tombam raios além sobre o penedo,
Rasgando o véu da noite tão profundo
Feito um verdadeiro fim-de-mundo.

Betim - 06 11 2014


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
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