OURIVESARIA
O ouro brilha à luz quando é trabalhado.
Em crisol liquefaz-se e o ardor intenso
Purifica-o porquanto ‘inda mais denso
Que o pó escuro e fino da bateada.
Pois preto o ouro cuja ávida jornada
Principia em mundéu de muro extenso.
Ao fim, fira-o um buril na arte pretenso
Com preciosa memória a ser gravada.
Eis aí a sua bela e mor verdade...
A arte é guardar dos homens o tesouro
Em metal frio e à prova já da idade.
No entanto, brilhará ao olhar vindouro,
Contando o que a outrem era, por herdade,
Um nome mais valioso que o próprio ouro.
Betim 02 06 2014
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.