A PASSAGEIRA
Talvez tenhamos culpa por felizes
Vivamos os melhores dias antes
Que a pobreza ou a velhice a nós, amantes,
Deixem só o caráter, como dizes.
Mas não!... Vai, corre o mundo, outros países!
Anda os passos frenéticos de errantes,
Experienciando uns tão interessantes
Pecados bem debaixo dos narizes.
Eu sei: tu amarás, serás amada.
Só p’ra dizeres co’a voz embargada
Que tudo passa... Tudo há-de passar.
É tão triste a alegria! Vês, enfim,
Que quanto desejaste, bom ou ruim,
Tens e, entretanto, sabes já findar.
Betim – 22 05 2014
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.