Ao som da noite fria
tão silênciosa,
ouço a calma
e gente, essa não passa
não sinto desgraça
nem nada que pareça igual
apenas sinto o frio
embora saiba que faz mal.
E o som de uma pedra na calçada
faz tonturas pela rua fora,
e roda desesperada
nem sabe onde mora.
Por vezes surprendida
se encaixa sem medida,
no seu longo espaço
até amanhecer.
pela manhã sente-se perdida
sem sabe o que dizer,
vê gente rua a dentro
e foge toda temida,
encontrou um lar,
mas logo pos-se de fugida.
Iolanda Neiva
(muitas vezes falo só para mim,
e escrevo para que alguém me ouça)