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Deliro quanto
“A inspiração poética é um delírio equilibrado, mas sempre um delírio " ... - Fernando Pessoa -
Deliro quanto Nem medo tenho do próprio preconceito do que é sentimento e de o expor aceitando-o e de quando em quando crio uma "corrente magnética" com outras mentes e outras almas quiçá diferentes da minha ou iguais. Deliro quando vivo a intensidade dum "momentum"e todas as circunstancias todos os aspectos dos sentidos dentro de mim, cheiros, paladares, sensações e sentimentos e tento fazer desses "mementos" monumentos e arte não desperdiçando o que apreendo autenticamente e que me compõe o espírito e mesmo os que me dividem ou duvido depois quando penso e sinto viver "aos contrários" Torno-os inesquecíveis nem que seja uma palavra, título de jornal ou o sorriso de raspão à passagem de uma velha feia ou suja ou de uma mulher bela, semi-nua na rua, uma bola amarela ou uma criança com birra por causa dela. Deliro quando sinto o cheiro das flores do mato, do café em grão ,do pão quente, da chuva no verão e do cheiro da terra lavrada recente e das garças e sei no fundo que é meu dever sentir-me parte dessa natureza exposta, sou fruto dessa mesma, inexoravelmente apaixonado pela seiva e bosques onde sou e fui criado, Deliro quando dou o primeiro passo numa aventura "a solo" e aceito a suprema liberdade como um perigoso jogo em que posso perder tudo ou tudo ganhar pra a "minha eternidade", para a sentir plena e intrínseca e embebedar-me, conspurcar-me de liberdade até à garganta em hortelã pimenta e dessa prenhe e perene que não vem nem pode vir nos livros expressa ,publicidade, televisão, conversa de café etc, Sem ela no coração não consigo viver em pleno, nem quero embora sinta que não tenha física faísca e espiritualidade suficiente e equilíbrio perante o imenso e o Incriado nem quanto ao que escrevo ou tento equilibrar por escrito, aqui
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