Há espaços encantados
que nos toldam os sentidos!
Espaços de memória
onde a glória d'outros tempos
ainda nos invade.
Impasses de silêncio
que se curvam ao destino,
que escorrem solidão.
Saudade de uma mistica presença!
Amália! Amália!
Uma voz dorida e quente.
Um fado! Um fado!
Jardim de loucura
que é dolência sem razão
qu'invade o corpo de quem chega!
E o Sol de Amália é mais quente ...
O Céu mais doce ...
O Ar mais Vida ...
O chão mais terra ...
E há um Espirito que paira.
E uma espera que se sente.
E um impasse que nos fala.
E num impulso que nos toca,
eis Amália! Eis Amália! ...
Ricardo Maria Louro
No Jardim da Casa de Amália Rodrigues na rua de S. Bento em Lisboa. Hoje sede da Fundação Amália Rodrigues...
Ricardo Maria Louro