Calem-se os poetas, Ruam as paixões, Matem-se os ascetas, Afastem-se ilusões, Cativem-se as musas, Destruam-se uniões, Imagens difusas, E bobos corações.
Vivam os cobardes, Que ao som de trombetas, Dancem em alardes, Quedas de cometas! Vivam, os errantes, Obtusos, patetas! Morram os amantes, Estirados em valetas!
Viva eu, senhor cruel, De ti, um tirano, Lábios de mel? Danado insano Destilando fel De ti flor, profano, Actor de papel: Fim! Fim! Desce o pano...
Vem! Vem, doce Morte, Abriga os sem sorte, Traz ventos do norte, Faz-me teu consorte, Cede à minha corte, de noivo sem porte, Prisão negra, forte, Vem, querida morte!