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(Des)Ilusão

 
Tags:  surrealismo  
 
(Des)Ilusão

Calem-se os poetas,
Ruam as paixões,
Matem-se os ascetas,
Afastem-se ilusões,
Cativem-se as musas,
Destruam-se uniões,
Imagens difusas,
E bobos corações.

Vivam os cobardes,
Que ao som de trombetas,
Dancem em alardes,
Quedas de cometas!
Vivam, os errantes,
Obtusos, patetas!
Morram os amantes,
Estirados em valetas!

Viva eu, senhor cruel,
De ti, um tirano,
Lábios de mel?
Danado insano
Destilando fel
De ti flor, profano,
Actor de papel:
Fim! Fim! Desce o pano...

Vem! Vem, doce Morte,
Abriga os sem sorte,
Traz ventos do norte,
Faz-me teu consorte,
Cede à minha corte,
de noivo sem porte,
Prisão negra, forte,
Vem, querida morte!


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 08/06/2015
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/06/2015 14:42  Atualizado: 08/06/2015 14:42
 Re: (Des)Ilusão
Poesia forte!

Visão poética da morte.

Grande maestria poeta!

Parabéns!

Abraço,

*Anggela*