Poemas : 

Febre terçã

 
Tags:  transversos    telhascaídas  
 

Febre terçã

Perder-me do tempo
é fado que ouço sempre
em prazer de fina urgência.
E não é porque me lembre
que esta vida são dois dias,
que faço hoje o que penso
fazer melhor amanhã...
Que querem?...
O meu canto é febre terçã,
ao terceiro dia é gemido,
e enquanto os outros se cansam
eivando sonhos cumpridos,
eu desafio a esperança
e tardo, que ainda é medo.

Perder-me dentro da míngua
é jogo que aprendi cedo,
antes mesmo de o jogar:
tenho na ponta da língua
todas as regras,
no extremo desta caneta,
as estratégias...
só não sei o tempo útil
de as aplicar,
e resisto ao tempo que insiste
em me apressar.

E cedo é já o tempo de me tardar.


Teresa Teixeira


 
Autor
Sterea
Autor
 
Texto
Data
Leituras
746
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
21 pontos
1
2
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/06/2015 12:33  Atualizado: 05/06/2015 12:33
 Re: Febre terçã
*Transito entre demasiado cedo, demasiado tarde...a ponta da tua pena, dourada por sinal, desenha versos de incrivel visao e sensibilidade.
E te ler, sempre, sempre, instiga-me alma e mente.
Beijoka*