Poemas : 

Linguagem decente.

 

LINGUAGEM DECENTE
Sentia-se ultrapassado!
O amor tinha começado
com modos básicos, práticos,
porém, depois vieram evoluções
e mais de sessenta e nove posições!
Até a poesia,
que começou com o acalanto do “ó ó ó ó”
maternal, para embalo da cria,
passou à sinfonia do soneto
e na música surgiu o minueto!

A linguagem passou a vestir alta linhagem,
mas, depois veio a desconstrução de estilos
e quase tudo passou ao livre,
livre expressão, poesia estilo livre,
música livre, picassadas,
dalianas e outras mais ousadas;
pôr tudo a nu!
Enfim, tudo livre do passado,
porque, hoje; o presente
tenta ser espelho do futuro.

Ele, poeta, andava baralhado,
começou a ler um poema ,
moderno,
em que o autor sisifiava a
imponderabilidade volátil
da forma de expressão,
que almejava extrair
do acervo evidências traumatizantes,
que ultrapassassem a ignara perscruta da Verdade,
fechada em dédalos
sem ariadnícos fios condutores.

O poeta gostava de fazer palavras cruzadas,
mas no poema não acertava uma!
Procurou nas soluções.
Ficou admirado!
só saberia 50 anos mais tarde!
Desistiu.
O poema já era do futuro!
Aí, pensou:
-“Mas, eu ainda estou no persente!
Olha as merdas, que eu aturo!”

Continuou a ler o jornal,
as medidas do Governo;
essas sim, em linguagem decente,
do presente,
que todos percebem,
que são para foder a gente,
agora, não 50 anos para a frente!
……….xxxxxxxxx………
Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
Gondomar


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