Quiseras, um dia, ser Fénix imolada de amor e renascer, mas de amar o ciúme te traiu. Repousas no nada; em cinza e pó levitados por vendaval em fúria desbravando temores de teus medos.
Não sonhaste paixões nem ternura, só o pesadelo cobarde te sustém viva em partículas ínfimas de ti. Teu ser dispersa-se na raiva cega, no ódio eterno, na fatalidade cruel que pares e te nega a ternura fiel.
E no deserto infernal dos tramas, ardes lentamente no fogo maldito da perdição e do esquecimento.
Fénix não serás jamais! Apenas pó errante, um pobre nada indesejado desde a nascença, estéril de amor.
Restas cinza de fogueira extinta pelos ventos fatais da hipocrisia onde nem uma só lágrima se verte. Se renasceres, serás o monstro ideal, a musa fétida das trevas, e inerte jazes sem arte nem ousadia poética.