Pequena casa de campo, Escavada por mão sábia, Sobre a granítica rocha,
É, hoje, mansão dos sonhos E nós, os ditosos castelões, Erguidos de cinzas funestas.
No monte, o olhar se perde No multicolor da paisagem, Terras de cultivo e pomares, Castigadas de sol abrasador, Saciam fomes e compaixões, De corpos dolentes de ritmo.
E a tez se escurece, moura, Ansiando a frescura do rio, Que serpenteia pelo vale, E renova a vida e ânimos, Paixões, ódios e amores, Pela parcela de herança.
E quando a noite se abeira, Serena, o luar nos recorta Na silhueta dum beijo dado. Logo se refugia por pudor, Na casinha das mil sombras, Para que o amor seja eterno.