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Cascata

 
Cascata


No vale estreito, cavado no tempo,
Corre o riacho de água límpida,
Num sinuoso leito de rocha dura.

Sussurra promessas refrescantes,
O alívio do penoso calor estival,
Aos corpos quebrados da escalada.

Afoitos caminhantes da montanha
Seguem, sedentos, esse murmurar,
Esbatido pelos verdes da floresta.


Mais longe, se ouve forte troar,
Como quem se se precipita livre,
No nada que sustenha a queda.

Fatigados, os caminhantes estacam,
Perante esse abismo que lhes surge,
Renovando coragem no íngreme vazio.

O olhar se detém no pequeno lago
De frescura prometida que os cativa
No desejo incontido pelo árduo penar.

E, nós, os amantes eternos de sempre,
Lançamo-nos na nudez sem pudores
Nesse cachão de delícias ignoradas.

Somos o amor, caminhante perdido,
Que se atreve no morrer e a reviver,
Num beijo profundo e abraço perene.


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 01/06/2015
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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