EXPANSÕES URBANAS
D'outro lado do muro riem as gentes
A folgar n’um pedaço ao paraíso;
Lá, como uns desprovidos de juízo,
Se divertem a tudo indiferentes.
De cá do muro vemos, entrementes
A fedentina, o lixo e 'inda o improviso.
Aqui, fica-se sempre de sobreaviso
À espera de sinistros e acidentes.
Nos confins da metrópole, cabanas
E mansões cujos bravos habitantes
Expandem as fronteiras periurbanas.
Mudam-se e mantêm tudo como d’antes:
Muros a dividir vidas insanas,
Por entre confrontantes conflitantes!
Betim – 23 10 2004
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.