Na aldeia, perdida no alto monte, estreitada num vale verde, rústica de odores matinais. Meu olhar vagueia no horizonte, limitado de céu e se perde em mil sussurros de adágio.
Aldeia de fragrâncias naturais, de cores divinas matizadas: os verdes, os amarelos, os laranjas… Os fumos do lar em espirais voam como danças orquestradas, pelo vento, em farrapos e franjas.
Minha alma rejubila feliz, livre da escravidão de amores inventados por cruel nostalgia; Meu corpo, renova, qual petiz, sangue, lágrimas, suores... Esvai-se em vida de rebeldia.
Minha boca sorri, desabrocha líricos de louvores eternos à natureza pejada de vida; Minha boca grita e desbocha canções, desafios de infernos, toada monocórdica perdida...
Desculpai aves, desculpa rio, por quebrar as vossas melodias, desculpa vento por seres arauto do meu patético desvario. Desculpai, cedo virão calmarias para vós e dores para mim, incauto...
Na aldeia, meu paraíso real, liberto do mal, perdido de mim, sou menino travesso, sorrindo... Por irmãs e por irmãos, afinal, tenho a rosa, o cravo e o jasmim, que me acenam - sinto-me bem-vindo!
Algo que se imaniza-se, cores das manhãs que atravessa o alvorecer, indo em melodias pelos campos de nosso olhos, onde olhar se nostalgia, em um infinito lêntico onde os leito se encontram.