Ergo meus olhos ao céu e suplico angustiado
Ora em voz alta, aos gritos,
Ora em voz silenciosa, aos prantos.
Quero entender tudo isso,
Quero saber o que acontece a minha volta
E para onde vão meus passos.
Há uma confusão enorme na minha alma
E quero entender esta vontade!
Busco, em desespero, saber as respostas
Para as perguntas cruciais
Que atormentam minha mente.
Não encontro respostas nos olhos que vejo
Não há uma luz no fim desse túnel
E tropeço nas pedras do caminho.
Das profundezas eu clamo em voz alta:
Não permita que minha alma veja a morte!
E a escuridão me sufoca,
E ouço os grunhidos dos vermes.
No fundo da caverna eu me escondo
Da fúria de palavras que projetam mentiras sobre mim!
Sinto frio,
E o cheiro cruel da solidão.
No mais secreto do meu coração
Existe a esperança de dias ensolarados;
Não posso acreditar que tudo seja em vão!
Caminho por este deserto escaldante
E sinto minha boca seca
Preciso de água para sobreviver a este calor sufocante.
Eu duvidei de muita coisas
E não acreditei que pudesse ser livre!
Minha oração é de desespero:
Senhor, ajude-me nesta hora cruel da vida!
Dos olhos saem lágrimas
Que teimam em escorrer pela face sofrida
E os pensamentos torturam
Rasgam a alma em pedaços.
Olhos julgadores fuzilam-me sem piedade
Querem ver o meu fim
E riem-se de mim zombeteiramente.
Mas, me ergo das cinzas,
E não deixarei que seja destruído os meus sonhos.
O Senhor é quem levantou-me do lugar horrível
Do pântano da imundície
E firmou os meus pés sobre a rocha.
Não deixarei vacilar os meus pés
Pois, eu sei em quem tenho crido!
Poema: Odair