Eis-me aqui
em ti pernoito
na morada do teu silêncio
ousando errático um gracejo
plasmático teu
nos braços ávidos deportar
os afáveis e fecundos méritos
de uma eternidade sem fim
onde te cortejo
estupefacto e consolado
sem nada mais que o teu sorriso
assim me afague abrasivo
mil e tantas loucas labaredas
assim me aticem contemplativo
– Que no interior de nós
se acendam imensas
fugazes e até audazes
manhãs anónimas e curativas
com sentido e sabor atónito
na euforia torrencial festiva
de um pequeno gesto
desta Terra generosa
quando cai a chuva furtiva
e se faz torrencialmente vida
e cordialmente desfruto
com primores de poesia
esta imensa e desesperada
saudade efusiva
FC