Despejei ao redor do mundo
uma porção de luz travestida
de prantos enfeitados de chuva
e murmúrios divagando pelas encostas
do tempo vadio
deformando meu quotidiano dos dias
indecifráveis ,tardios
– Percorreremos esta noite
madrugando até rejuvenescer
esta poesia núbil onde
noivamos e saciamos nossa Terra
com brados de triunfo
majestosamente silenciados
no timbre do teu semblante
adolescente
intervalado pelas memórias
de uma eternidade agraciada nos
alvores do dia que me consola
urgente,inconfundível,sentenciado
– Andaremos pelo mundo
ainda procurando novos
sabores extraviados
restaurando aquelas baladas
onde musicámos repentinos desejos
quase teleguiados
lavando nossas almas,desavindas
solicitando-nos extasiados poemas
aqui de passagem
mais além
desvairados…repetindo inconformados
o gentil juramento de amor
derradeiro…irrecusável
– Alimentemos essas doces luminescências
que teu ser
em todas as estações frutíferas
assim ceifa de luz delicada
prorrogando o brilho felino da tua
infatigável benevolência
– Prolonguemos toda a vida apetecível
espreitando camuflada entre as varandas
do tempo que escorre
liberto,voraz
quando acaba esta madrugada
e nós conciliados
nos atrevemos…perdidamente mais atrevidos
por tanto amor perdido
no anonimato
assim que nos viciamos de vez
contentados na ressaca da vida
elevada em cada uivo do vento
em intensos abraços onde expandimos
veementes
o que somos, desvendados
o que seremos usufruindo-nos
assim irremediavelmente,
por fim
nesta paz solene…adocicadamente consumados
FC