Feri minha poesia
com overdoses extemporâneas
de desejos satisfeitos e insinuantes
egocêntricos
jubilando pelos teoremas
do tempo vadio
temperalmente tolerantes
nutrindo-te num sopro
de vida sempre mais possessivo
regenerado e tão expectante
Roguei ao teu sumido
canto
que me encantes deleitosa
esperando-me impassível
estulta,fogosa
ao jeito do teu jeito
movimentando-te assim minuciosa
em metamorfoses silenciosas
através do fino caminho suave
onde descansamos nossas
manhãs sem destino
nossas arriscadas desventuras
cruéis
incessantes
até irradicar toda a saudade
desalmada e tão desobediente
Pernoitei neste caos repentino
quando me transformo ousado
num pouco de lealdade
que me mata
ou num traquino beijo
roubado em clamores imortalizados
nesta poesia súbita
que em teus braços
ardentes, tácitos
se entrega
sem mais mordaças
que a voz em soluços reveladores
arremete e nos acalma
Reencontrei no tempo
novas revelações absolvidas
entre seres
que se afoitam imprudentes
Subverti esta liberdade ignota
lá no fundo do fundo
onde cortejamos ígneos
aquela chama envolta
em breves preces de misericórdia
estendidas, fulminantes
sucumbindo por fim
entre minhas citações confidentes
cavalgando loucas por ti, assim ofegantes
FC