Poemas -> Amor : 

Dois como um

 
 
Serei teu poeta

se as palavras que te disser hoje

couberem entre tuas margens

convergindo lineares

nutrindo taciturnas

aquelas cavalgadas desenfreadas

onde nos despimos assíduos

pelas tempestades de carícias

tão instigantes e esfomeadas


E quando em ti emergir

chicoteando qualquer palavra

amarrada em teus segredos

mesclados por surtos reveladores

de amor

então me entregarei de vez

aos teus abraços prediletos

onde pleiteados nos deslumbramos

num beijo assim empolgado


Dá-me teu horizonte

como modelo ilimitado

pra seguir de perto

aquelas frases lindas

de afecto suscitado

que me roubavas ainda mal

o dia em auroras temperadas

eu interrogava

sem jamais deixar morrer

minha poesia viril e inconformada


Basta-me entregar-te

minh’alma despida

desfrutando-te noite e dia

até que minha colecção de pecados

reencontre todo o perdão

na indulgência entusiasmada

com que remimos

soluços de tristeza

sem eira nem beira

arrumados na prateleira

do tempo

sem outro desejo

que não seja encontrar

teu endereço

queira eu, até manietar

se possível

cada eclodido gracejo teu

FC

 
Autor
Frederico
 
Texto
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