Vou remando contra
esta rotina
umas vezes rude
outras tantas replicando eloquente
teus afectos enfeitados
pela esperança que acontece
em cada troca de palavras
que em gestos instintivos
e apetitosos
se entregam delirantes
em acenos cordiais,aparatosos
rompendo de desejos
teu corpo delicado e sinuoso
escondido entre parêntesis
que trago nesta poesia impulsiva
quando quero persuasiva
ou em ti madrugando compassiva
Ás vezes perco-me por aqui
longe de ti
relutante,resignado
entre doces brincadeiras
imaginadas em relatos
assim relembrados, anónimos
rabiscando páginas tingidas
de recordações e poemas
comprometedoramente esquadrinhados
pela retidão desta fé
onde embalo
minha coragem fortalecida
já calejada pelas famintas declarações
da mesma vida
onde vive ressarcida
de tanto amor suicida
minha resignada paz que de tempos
a tempos
teu olhar, descortinando
meu poema sedento
em cerimonial me acaricia sem mais
insuportáveis ausências
nem constrangimentos que o destino
pacifica e obedientemente
golpeia
e nos deixa em carências
assim tão vulneráveis e displicentes
Todo o prazer nasce-me
em películas de vida perfumadas
em silêncios arrebatados
quando apetecivelmente nos
embrenhamos pacíficos
confundindo nossos seres
amando loucamente
ostensivos
aceitando morrer sacrificados
infestados pela bondade
redentora onde nos embebedamos
unilateralmente recíprocos
carentes
solenemente leais
ao amor agora pacificado
inequívoco
FC