Na foz do teu corpo brando
de seda, de açucenas brancas
libertei o grito nutrido
de água, sangue, amor,… dor!
Na foz do teu corpo nascente,
parti.
Resplandeces ainda devoção,
pelo jardim suspenso na ilusão,
sorrisos teus Mãe
num botão de rosa,
a rodopiar segredos de outrora
gerados na berma do teu ventre
de essência.
E, nas mãos da evasão,
ergo teu rosto de prata,
reflexo deste trémulo anoitecer
em que te olho e regresso, desvendo e prendo,
meu sangue, minha dádiva de candura…
…e, ouço ainda tua voz de cristal, lá longe,
tão longe Mãe, a embalar meu sono
na ternura das colinas.
© Célia Moura
© Célia Moura, in “Jardins Do Exílio”